Sem voz
Guardo, no meu peito, a esperança,
Tal como a vivo em pensamento.
Firmo as imagens na lembrança
Porque me vem delas, o sustento.
Tenho-te, em mim, por minha herança.
É o doce enlevo que eu recordo...
Sonhe-se loucura, intemperança,
Guardem-se as memórias quando acordo.
Eu apenas posso lamentar-me
De te ter tão perto na distância,
Que sinta o odor e a fragrância,
Percebendo o teu olhar mirar-me
Na meiga ternura de quem ama
E sempre, sem voz, alto me chama.
SOL da Esteva
Etiquetas: Poemas de Amor, Poesia da Vida, Sem voz, Sonetos