Rafeiro

 

 

 

Eu sou o cãozinho bem tratado,
Sem trela, sem ordem, sem respeito...
Eu quero e me é dado a preceito
Porque é assim que um rafeiro é grado.

Trabalhar o ser, a obediência,
Os valores que são educação,
Seguir a trela com o coração,
É o maior castigo da ciência...
 
Ladro em horas vazias e mortas
Porque é meu direito de viver.
Tive um primo que era como eu...

Tomou rumo por detrás de portas,
Com a trela que o fez crescer.
É também rafeiro, mas venceu.


SOL da Esteva

Mercenário

 

 

 

A vida não tem tempo de se dar
Porque o tempo não volta a renascer.
Será nosso, nas horas de viver,
Mas termina na hora de finar.

Quanto tempo terá a vida plena?
É mistério que a muitos preocupa.
Com frequência a Esperança nos apupa
E noutras, muitas mais, é mais serena.

Sòmente, entre nós, vamos vivendo
O espaço que se vê no calendário  
E desconhecendo o dia marcado,

Porque o ocaso está acontecendo
E é o tempo, o grande mercenário,
Como o Destino o tem determinado.


SOL da Esteva
 

Ordem, hombridade, respeito...

 

Vejo homens a serem crianças,
Não em atitudes dessa idade;
A indisciplina e alianças
É que são raízes  da verdade.

Urgente rever como se educa
Porque o amanhã está á porta
E a educação está caduca.
Aos mais velhos, o que mais importa

É ordem, hombridade, respeito...
E se deve calar o preceito
Das crianças mais envelhecidas

Querendo impor os seus egoísmos
À custa de pseudo altruísmos
De quem labutou nas suas vidas.

 

SOL da Esteva
 

Missão cumprida

 

 

Eu creio na palavra das pessoas,
Quando sinto postura e rectidão
Que anuncie somente coisas boas
Reservadas, por si, no coração;

Palavras, não somente as intenções,
Se atestadas por actos reais.
Há muita gente a pregar sermões
Mostrando  figura e nada mais.

Acredito que haja gente sã,
Que olha com Amor a sua imagem
E a espelha em seu redor por Luz e Vida

Renegando o egoísmo (coisa má).
Admiro as pessoas que viajem
Trilhando metas de Missão cumprida.



SOL da Esteva