Não é que tal o pressinta...

                                                 © SOL da Esteva - Acordar Sonhando

 

Tenho a minha pobreza
Pois a vida não perdoa.
A minha delicadeza
Não quer dizer que não doa.

Verdade (a minha verdade)
É que não tenho mais meios
Nem a tal capacidade...
E digo-o sem ter rodeios.

Vivo a minha poesia
Com sentimento real:
Escrevo, sendo leal.

Quereria olhar o dia
Que o papel visse a tinta;
Não é que tal o pressinta...


SOL da Esteva

Reino da falsidade

                                                    © SOL da Esteva - Acordar Sonhando
                


Subir um palco, encenar
O que não tem valimento
E depois cacarejar
O que vem ao pensamento,

Não deixa de ser cruel.
Quem vê, escuta e imagina
A encenação fiel
Que a verdade abomina.

O reino da falsidade
É desprovido de tudo.
Quem não falar só verdade,

Mais lhe valera ser mudo.
Um gesto, pela metade,
Seria menos bicudo.



SOL da Esteva

O que a Alma diz

                                                     © SOL da Esteva - Acordar Sonhando

 

Se eu soubesse mentir
Mentiria a toda a hora,
Porque a mentira é verdade
Em cada alma que chora.

E se a mentira for verde,
Com a cor da esperança,
Não sei se ganha ou se perde,
Pois dela não há lembrança.

Mas lembro ter-me alegrado
Com os conselhos que fiz
Numa verdade velada.

Tornei alguém mais feliz,
(Sem se sentir enganada)
Ouvindo o que a Alma diz.


SOL da Esteva
 

Desilusão

                                                     © SOL da Esteva - Acordar Sonhando



Saiba o que souber, eu silencio
Tudo quanto me perturba e fere.
É assim que ganho o desafio
Comparando tudo o que confere

Na busca de alguma utilidade
Que eu me esforcei por merecer.
Doce é a victória e a verdade;
O silêncio é ouro, se eu quiser!

Repouso sob a perturbação
E flutuo entre as minhas dores.
O que sente o meu coração

Pode ser apenas dos amores
Que me foram por desilusão,
Como um Arco-íris sem as cores.



SOL da Esteva