Diário do Tempo
Rasgou-se o Diário da nossa vida plena.
Mais nada escreverei que possa ser Amor.
Terei, se fores feliz, a Alma mais serena,
Mas sei que não serás, e isso dá-me dor.
Eu sinto, nesta hora, a alma esfrangalhada
Por tu deveres viver o apelo do dever.
Quero que saibas: serás, sempre, a esperada
E fica um peito aberto p'ra te receber.
A Vida que houve em mim, esvai-se entre os dedos;
Eu sinto-a fugir pela minha alegria...
(Que nem sorrir eu sei). E tenho estranhos medos
Que a morte ronde perto e ande de vigia,
Tomando o pensamento e a mente por enredos
E vai-me aproximando dela, dia a dia.
SOL da Esteva
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