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sábado, 28 de outubro de 2017

Morrer sem sonhar




 

Tanto se espera, da fantasia,
Além do tempo de um dia...
O destino louco,
É ironia
E não deixa apagar o sentimento.

Sempre se pensou
Que aos demais cabe a alegria
E a nós o sofrimento,
O dilacerar do coração,
A dor e falhas de compaixão.

Almas puras existem de verdade,
Mas o mal impera, fatalmente,
Com dura realidade.

No fundo,
Restos de vivências dos sentidos
E a recordação dos tempos idos,
Não foram tão vazios
Que fizessem esquecer o caminhar,
Ou morrer sem sonhar.


SOL da Esteva

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sábado, 21 de outubro de 2017

À morte nego a razão




Oiço,
Desde aqui,
As horas badaladas na torre da igreja.
Lembram-me outros sinos,
Outro tempo.
Não o tempo de mim,
Mas aquele que vibra e reclama
Os anos passados,
Os tempos de ninguém
Onde a morte foi raínha,
Minha...

Eu quero viver e morrer!
Viver pelo muito que amo.
Morrer,
Por ser desprezado,
Apagado dos vivos
Com o óbito da desgraça,
Sempre á margem,
A ver o que se passa
Adentro do coração.

Ouço os sinos
Por lamentos do enterro
Que sustento, em mim,
Na morte duma paixão.

É tudo tão vivo e presente,
Que eu à morte nego a razão.



SOL da Esteva

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sábado, 14 de outubro de 2017

Alguém que não se chora?




Há muito que me perdi
Pelos meandros
Do fui e do que sou
(E não sou nada!)
Descobri essa verdade
Quando alguém me falou
Dos erros que cometi
Na minha vida passada.

Não irei remediar
O mal que pude causar,
Provado por cada dia
Dos tempos que já lá vão.

...Sou uma desilusão!

Por meu mal,
Eu não vou recomeçar,
Porque o tempo primitivo
Não vai voltar.

E agora?

Sou mais um caso perdido
Entre o lixo social?
Sou alguém que não se chora?



SOL da Esteva

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sábado, 7 de outubro de 2017

Terei muito que esperar?




Chuva triste,
Cobre de gotas finas, frias,
O esmalte do retrato
Sobre quem eu meditava...
A terra era tão fria,
Quanto o calor do seu corpo
Que ali, na campa, jazia.
Nada de mim te lembrava,
Que, enquanto tu foste viva,
Foste a Mãe que eu amava.

Desde o Além,
Conheces quanto me tem
No pensamento,
Quanto do teu conselho oiço
Em tão profundo silêncio...

Sabe,
Sinto pulsar, aqui dentro,
A tua voz conselheira
De Amiga verdadeira
Que jamais me trairá.

Oiço-te desde a lonjura
Dum passo:
A distância que nos separa,
A vala de sepultura.

Limpei teu rosto gelado
Em busca do olhar transparente,
Para que ficasse gravado
Neste passado presente.

E em toda
A imensa tristeza
Que devora a minha Alma,
Tive a tua comunhão.

Uma gota desta chuva
Pelo mármore rolou,
Aos teus olhos se prendeu
E por lágrima ficou.

Chorei amargamente
Pela mensagem tão viva.
É Amor, estranhamente,
Após a tua partida...

Senti que iria voltar,
Procurando o teu saber,
A Amizade e o querer,
Porque eu não sei Amar.

Cruzam-se, nos céus, os caminhos
Mas eu não quero acordar
Do sono que faz viver.

Terei muito que esperar?
Qual a hora de morrer?



SOL da Esteva

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