
Uma Guerra se acabou
E terminou um Regime;
Agora, recomeçou
E novo nome ditou
Ao Povo, a quem oprime.
Um Ditado, antigo, há
Que nos parece esquecido:
"Depois de mim haverá
Quem justiça me fará",
Mesmo que tenha morrido.
Desenterrei o passado,
Desde o tempo em que nasci;
Deu para ver, comparado,
Que o pão foi racionado…
Só muito tarde entendi.
Mas hoje, gente segura
Do saber que nunca teve,
Traz-nos fome, ainda mais dura;
Porque ninguém já atura
Pagar o quanto não deve.
E nos balanços do Lar,
Cada um come o que ganha;
Não se consegue gastar
Mais do que pode ganhar;
Só mesmo de forma estranha.
Assim, a Esperança das gentes
No saber de um Decano:
A Nação, dos Dirigentes,
Cria Leis, tão eloquentes,
Que nos induzem engano.
Depois, quem paga, não deve!
Quem se governa, também!
Fica claro, como a neve,
Que esmaga a pobre plebe,
Humilha, oprime e contém.
A Pátria, por mim, amada,
Não cabe em meu coração.
Acho-a bem mais desgraçada
Do que quando foi tomada,
Antes da Restauração.
E, Miguéis de Vasconcelos,
São gente que mais nos sobra;
Vendilhões de camartelos
Que derrubam os Castelos,
E nunca nos mostram obra.
A Nobreza dum Estado
É o seu Povo, com certeza.
O Portugal, maltratado,
Dos pobres, é espoliado...
Só sobra choro e tristeza.
Queremos sabedoria
E competência, também.
Porque pão e alegria
Só o ganha, noite ou dia,
Quem não for um Zé-ninguém.
No tempo certo, será,
Numa reforma real,
Tudo se resolverá.
Esta “raça” acabará
E seremos PORTUGAL.
SOL da EstevaEtiquetas: Comemoração, Efemérides, Seremos Portugal