Céu aberto

Ecoam noite fora, sem cessar,
Carícias e voz doce, de veludo...
Revivo, intensamente, tudo, tudo,
De quanto há de Amor, de quanto amar.

E, bem de encontro ao meu, teu corpo quente,
Com pele acetinada, apetitosa,
Perfumada por pétalas de rosa,
Funde num só, o fruto e a semente.

Mas eis que chega ao fim o tempo tido
Para sonhar, amar e reviver
Os sonhos que bem hajamos construído.

E o Amor, completa o ciclo certo
De desejar-mos, juntos, reviver
Uma só vida neste Céu aberto.




SOL da Esteva

A tua voz

Tenho revivido cada instante
Desde o nascimento deste amor.
Busco quanto é bom e fascinante
Por quem amo com muito fervor.

É o teu amor esplendoroso,
É o teu carinho doce e puro,
É o teu olhar tão radioso
O que me ilumina pelo escuro.

E a luz que aquece o coração,
Crepita, cintila, palpitante,
No braseiro imenso da paixão.

E eis que surge, espontaneamente,
O eco da tua voz sonante
Desejada, incessantemente.



SOL da Esteva

Pai

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Noite

Olhei-me, forçado á contenção
De ver-te, ouvir-te e adorar-te;
Senti-me caído na ilusão
De todo o passado a rebuscar-te.


Recordo, naquela solidão,
Aonde, na boca, te beijava...
Senti, bem de encontro ao coração,
O teu corpo, como o desejava.

E amei, no silêncio dessa noite,
Na ânsia de ter-te apenas minha;
Mas não foi prudente o meu afoite

Tentar encontrar-me nos teus braços,
Sabendo que a noite se avizinha.
Por onde se guiam os meus passos?




SOL da Esteva

Natureza do Amor

Busco, ali, além, na Natureza,
Um pouco do Amor, o meu Amor.
E encontro tamanha beleza
Que me delicia, num torpor,

E me invade a Alma e pensamento.
Não sei se é Paixão (não a concebo),
Mas sinto ser vivo, o sentimento
Que enche, o peito, neste apego.

A sede, nos olhos, acudida;
A fome, nos lábios, generosos
De frutos, sementes duma Vida;

Os sons, reportados, em canção,
Vão subindo tão harmoniosos,
Que, o Amor, alaga o Coração.




SOL da Esteva

Mulher hoje e sempre

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Peregrino

Olhei em tua Janela,
Não tinha luz, era escura.
Andei, depois, detrás dela
Buscando a tua Alma pura.

Vazio, oco, quebrado,
De não ouvir tua voz,
'Inda mais desalentado,
Por não te encontrar a sós...

E quis o cruel destino
Contrariar a razão;
Fez, de mim, um peregrino

Caminhante do Amor,
Em busca dessa paixão
Que nos deu o Bom Senhor.




SOL da Esteva