Nem tiveram pudor & "Post mortem"
Nem tiveram pudor
Foi há muitos, muitos anos,
Nesta data e neste dia
Que certa fonte de enganos
Lá, desde Argel, nos dizia:
"O Cômo foi libertado
E não há sobreviventes".
O meu Dever de Soldado
Seria partir-lhe os dentes.
Dos Portugueses traídos,
Muita mágoa, imensa dor
Por todos os foragidos
Que seu Dever não tomaram
E não tiveram pudor
Dos irmãos que atraiçoaram.
Santos Oliveira
16NOV2019
(*) Reporte, pág. 70/71 in "A Guiné no meu tempo..."
"Post mortem"
Vou celebrar neste dia
Cinquenta e cinco de vida
Acima do que previa
Um certo herói fratricida. (*)
Na sua alocução,
Ditou o Cômo arrasado.
Não posso dar-lhe perdão,
Por ter sido atraiçoado.
Decerto, Nino Vieira
Confiou nos seus Cubanos
E tomou a dianteira,
Sem contar que os enganos
São a hipótese primeira
A tomar quando falamos.
Santos Oliveira
16NOV2019
(*) Reporte pág. 70/71 do in "A Guiné no meu tempo..."
Etiquetas: Nem tiveram pudor & "Post mortem", Poemas de Guerra, Poesia da Vida, Poesia de intervenção, Sonetos
19 Comentários:
Bom dia. Adorei as suas poesias ;))Parabéns.
Hoje -:-Sentimentos entrelaçados.
Bjos
Votos de um óptimo Sábado:))
Caro amigo, vim matar saudades e deliciar-me com a poesia que as musas lhe inspiraram. Continua, na minha opinião, um grande poeta. A poesia corre nas suas veias, faz parte da vida.
Eu, como dizia o poeta, carpindo as dores, vou tentar recomeçar a publicar alguns contos, mas as ferias ainda sangram muito.
Um abraço
Peço desculpa escrevi feridas e o corretor escreveu ferias.
Boa tarde!
Dois magistrais poemas que amei ler!! :)
-
Pensamentos que voam ...
Beijo e um bom fim de semana!
Essa guerra acabou como todas as guerras em amargura mas confesso esses dois poemas sobre a guerra, eram até agora uma mancha cega para mim.
Abraço
La amargura se cierne en el pensamiento deteniendo el tiempo...
Pero la experiencia nos enseña que hay que continuar mirando hacia adelante intentando que el ayer no vuelva a ser presente...
Un fuerte abrazo y un feliz fin de semana!
Mari.
Oi Sol
A guerra nos traz dor, saudade de amigos que morreram.
Mas, fica uma saudade gostosa.
Só o tempo...
Beijos
Querido amigo, suas poesias son muito sentidas mesmo. Gusto mucho de estas reflexiones y esa mirada sumamente particulares y personales suyas. Abraco grande y buen fim de semana.
Intensa poesía.
Besos.
Lamento pela gente que morreu,
Traída por cobardes governados.
A esses, esta Pátria até deu
As Honras destinadas a Soldados.
Este mundo sem fronteira
Precisa de poesia
Bem da forma que sentia
O tal Santos Oliveira.
Poesia é a maneira
Ou forma de pontaria
De atingir a alma vazia,
Queira a mente ou não queira!
Este embrutecido mundo
Precisa mesmo, no fundo,
Mais solidariedade
Sendo a poesia um meio
De atingir a alma em cheio
E a mente pela metade!
Belíssimos poemas! Parabéns! Grande abraço! Laerte.
Poeta, Sol da Esteva !
Meus respeitos a cada verso destes poemas.
Quantas mágoas, neles, são notadas..
Lembranças tristes. lágrimas... meus respeitos, repito.
Um fraternal abraço, amigo, aqui do Brasil.
Sinval.
Parabéns Sol! Dois belos sonetos que falam de fatos de uma maldita guerra.
Abraços e uma ótima semana para ti e para os teus.
Furtado
Dois belos e profundos poemas, que retratam tempos passados, tão doloridos que ainda fazem sofrer só de lembrar.
Um abraço solidário, meu querido.
Feliz Terça-feira e uma boa semana.
Beijinhos
MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS
Caro Sol da Esteva
Anos e dias de muito sofrimento, inultrapassáveis,
que marcaram vidas para sempre.
O meu abraço solidário, Amigo.
Abraço
Olinda
Dois sonetos com História.
Excelentes, gostei imenso, parabéns pela inspiração.
Caro amigo, um bom resto de semana.
Abraço.
Tanta gente que morrendo
Deixou a família sem alegria
Ainda hoje não entendo
A morte de quem a não merecia
-
Senhores nos gabinetes fechados
A rir-se de quem estava a morrer
Só mortos e enterrados
Por serem tão culpados
Da vida deixar de o ser
.
Maldita guerra, malditas guerras,
.
Cumprimentos poéticos
Olá, amigo Sol!
História passada, mas que ficou na História da gente e na História do nosso país.
Guerra nas ex-colónias portuguesas, tal como todas as atrocidades cometidas. Russos e cubanos sempre deram uma mãozinha, ou melhor, sempre deram muitas minas, que mataram e desfiguraram muitos soldados.
Agora, já não faz sentido, mas noutros tempos, muitos foram os que com ela colaboraram e até lucraram, indo para a bela Angola e Moçambique.
Dias felizes. beijo.
Poeta, Sol da Esteva !
Somente Deus sabe a intensidade deste
clamor, dane de tanta dor, mesmo que
passem tantos anos...
Parabéns por registrar, em forma de
poema, Amigo.
Um fraternal abraço, aqui do Brasil.
Amigo !
Sinval.
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