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sábado, 7 de outubro de 2017

Terei muito que esperar?




Chuva triste,
Cobre de gotas finas, frias,
O esmalte do retrato
Sobre quem eu meditava...
A terra era tão fria,
Quanto o calor do seu corpo
Que ali, na campa, jazia.
Nada de mim te lembrava,
Que, enquanto tu foste viva,
Foste a Mãe que eu amava.

Desde o Além,
Conheces quanto me tem
No pensamento,
Quanto do teu conselho oiço
Em tão profundo silêncio...

Sabe,
Sinto pulsar, aqui dentro,
A tua voz conselheira
De Amiga verdadeira
Que jamais me trairá.

Oiço-te desde a lonjura
Dum passo:
A distância que nos separa,
A vala de sepultura.

Limpei teu rosto gelado
Em busca do olhar transparente,
Para que ficasse gravado
Neste passado presente.

E em toda
A imensa tristeza
Que devora a minha Alma,
Tive a tua comunhão.

Uma gota desta chuva
Pelo mármore rolou,
Aos teus olhos se prendeu
E por lágrima ficou.

Chorei amargamente
Pela mensagem tão viva.
É Amor, estranhamente,
Após a tua partida...

Senti que iria voltar,
Procurando o teu saber,
A Amizade e o querer,
Porque eu não sei Amar.

Cruzam-se, nos céus, os caminhos
Mas eu não quero acordar
Do sono que faz viver.

Terei muito que esperar?
Qual a hora de morrer?



SOL da Esteva

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18 Comentários:

Blogger Existe Sempre Um Lugar disse...

Bom dia, A imensa tristeza deste seu poema é natural, é um linda homenagem para a sua mãe que deixou dentro o seu sentimento a enorme saudade.
Bom fim de semana,
AG

7 de outubro de 2017 às 11:15  
Blogger madrugadas disse...

Lembranças que guardamos com amor, carinho e saudade.
Deram-nos o melhor do que sabiam e o melhor que para nós desejavam.
Partiram no silêncio dos dias separando a nossa felicidade.

7 de outubro de 2017 às 11:44  
Blogger Paula disse...

Ela esta viva em espirito e nunca nos deixou em espirito xxx

7 de outubro de 2017 às 15:22  
Blogger Célia disse...

Momento de indescritível ternura entre mãe e filho! Enorme é a saudade! Respeito seu sentimento de filho. Lindo!
Abraço.

7 de outubro de 2017 às 15:39  
Blogger SHON disse...

Very beautiful!

7 de outubro de 2017 às 20:59  
Blogger Lua Singular disse...

Oi Sol
Quantas lembranças, que precisamos tirar da nossa mente, infelizmente.
Logo será nossa vez de partir, será que chorarão por nós
O amos e a saudade nós choramos até morrer.
Beijos
Lua Singular

7 de outubro de 2017 às 23:28  
Blogger Inês disse...

Um poema muito triste mas que transborda de amor. Um amor que nunca será substituído. Beijinhos e boa semana.
--
O diário da Inês | Facebook | Instagram

8 de outubro de 2017 às 14:03  
Blogger Evanir disse...

Ammigo Sol.
O poema é simplesmente maravilhoso,
mas cheio de tristeza .
Mas de repente vejo um amor grande que pode superar a morte
com essa suplica de amor.
Lindo poema amigo Sol.
Feliz final de Domingo.
Abraços.
Evanir.

8 de outubro de 2017 às 19:01  
Anonymous Arte & Emoções disse...

Linda homenagem que fazes a tua mãe meu amigo. Com certeza, ela está em boas mãos e muito bem protegida. Lembrei-me da minha que partiu em 1998, e até hoje sinto a sua falta.

Abraços,

Furtado

10 de outubro de 2017 às 01:37  
Blogger Maria Rodrigues disse...

As partidas deixam tanta dor e saudade.
Maravilhosa homenagem à sua mãe.
Beijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco

10 de outubro de 2017 às 19:57  
Blogger A Casa Madeira disse...

A saudade é algo que dói.
Uma parte de mim vive em saudades.
Boa continuação de semana.

10 de outubro de 2017 às 23:21  
Blogger Rui Pires - Olhar d'Ouro disse...

Tudo tem o seu tempo, o tempo certo!
Excelente trabalho!
Abraço

11 de outubro de 2017 às 17:30  
Blogger Jaime Portela disse...

Mãe continua a ser mãe mesmo depois da sua partida.
Um poema que me comoveu (poderia ter sido eu a escrevê-lo...).
Continuação de boa semana, caro Sol.
Abraço.

12 de outubro de 2017 às 16:41  
Blogger SHON disse...

Such a great poem!

13 de outubro de 2017 às 17:46  
Anonymous Anónimo disse...

Que versos bonitos e comoventes amigo Sol, cada um de nós temos o nosso tempo aqui na esfera terrestre e uma missão a cumprir...
Tenha um abençoado final de semana.
Bjs no coração!

14 de outubro de 2017 às 11:42  
Blogger Fá menor disse...

Tão belas palavras!
Mãe deixa sempre um vazio muito grande quando parte...
Mas cada um de nós tem o seu tempo e lugar.

Bjs

17 de outubro de 2017 às 22:11  
Blogger SILO LÍRICO - Poemas, Contos, Crônicas e outros textos literários. disse...

Chorar é de um sentimento
Dos mais humanos que tem,
E chorar por certo alguém
Como à mãe, não é lamento,

É saudade no memento
Que ela deixou. Do além
Além da saudade, vem
As lembranças como um tento

Ou atenção que permanece,
Não por castigo - benesse
Que Deus nos dá por amor.

Amor de mãe não fenece.
Reze a ela uma prece!
Não se julgue pecador!

Meus sentimentos! Lindíssimos versos! Parabéns! Meu abraço fraterno. Laerte.

21 de outubro de 2017 às 02:44  
Blogger Majo Dutra disse...

Um poema intenso, amoroso e muito belo...
Nele expressaste toda a tua imensa sensibilidade... É uma das saudades maiores...
Está comovente, querido Amigo.
~~~ Grande abraço ~~~

25 de outubro de 2017 às 17:33  

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