Pintura de poeta
Custa a crer
Na moldura dourada
Que te fiz!
Pensei-te,
Sonhei-te,
Criei-te no meu mundo,
Mas a tela que te suportou,
Rompe-se a cada hora que passa;
Fica sem fundo...
A vida que possuías
Vai-se apagando
Como o envelhecer das tintas,
Com o passar dos dias...
A cada momento,
Tornas-te mais rara,
Mais valiosa, também,
Mesmo que em pensamento.
...As mãos e coração do pintor
Tornaram-se sem vigor.
O ímpeto do traço,
A memória visual,
O rigor,
Já não são passados ao pincel...
Esta tela derradeira
Do final do dia,
Está sem vida, vazia,
Não pôde ser completada
Na rota e na sua meta.
Se fosse, já, restaurada,
Podia ser terminada,
Tornar-se obra imortal,
Em pintura de poeta.
SOL da Esteva
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